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quarta-feira, 20 de julho de 2011

Aos fãs de FoToGrAfIA

As palestras que o II Prêmio Diário Contemporâneo ofereceu durante sua programação foram ótimas. Poder ver e ouvir os mais talentosos fotógrafos da nossa região comentando os trabalhos de outros profissionais também tão talentosos foi uma experiência muito construtiva para quem é amante da fotografia e áreas afins.

Todos os trabalhos são bem elaborados, às vezes, segundo alguns autores, não era nem a intenção de deixar o trabalho com o perfil que ganhou no final. Ah, mas isso deve ser charme de profissional mesmo!!!

Impossível crer, por exemplo, que a vídeo exposição “Do outro lado da rua”, de Luiz Braga, não tenha sido trabalhada nos mínimos detalhes para ganhar a perfeição que tem. O vídeo sem dúvida vai ao encontro da identidade paraense, ao vê-lo lembramos das nossas avós que participam ativamente das famosas “novenas de nossa senhora de Nazaré” semanas antes da tradicional festa paraense. Todos os detalhes do vídeo, desde os elementos que nos trazem a lembrança algo bem familiar até o barulho da destruição da casa nos emocionam por completo.

Por falar em emoção, Ricardo Macedo não poupou o público de algumas lágrimas ao expor “Deixe-me falar de meu pai”, um trabalho com que muitos puderam se identificar na medida em que trata-se da ausência de um pai em um longo período da sua vida, principalmente na infância. Um trabalho em que o fotógrafo depositou uma carga enorme de sentimentalismo, emocionando a quem vê as fotografias e ouve a história da vida dele.

Em cada exposição mostrada pelo o II Prêmio Diário Contemporâneo houve envolvimento do autor com a sua obra, proporcionando o belo resultado final. Ações como esta são de grande importância para o incentivo à cultura em Belém. As palestras e a exposição ao alcance de toda a população são uma oportunidade imperdível para quem está em busca de conhecimento, novas idéias ou até mesmo contatos com profissionais da fotografia e artes em geral.

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Comunicação e jornalismo: casamento eterno ou divórcio imediato???

Essa discussão divide muitas opiniões, mas não há quem esteja em cima do muro. Ou é a favor ou é contra a separação dos cursos que hoje ainda estão incluídos no universo da comunicação.


Sou suspeita para falar especificamente do jornalismo, mas, sinceramente não vejo um bom jornalismo desvinculado da função de COMUNICAR, exercendo a “simples” função de passar informação ou apenas narrar o que está acontecendo em qualquer lugar, se bem que até mesmo esse simples ato já é uma forma de comunicação. Enfim, Jornalismo não existe sem uma boa comunicação. Ao mesmo tempo, comunicação não é “apenas” criar teorias ou estudar os grandes pensadores que compõe esse campo.


O poder simbólico de Bourdier, D. Wolton “pensando a comunicação”, Hohlfeldt com as teorias da mesma, e outros tantos teóricos tem importância fundamental nos avanços da pesquisa em comunicação, mas nem mesmo os frankfurtianos, criaram teorias que apontassem para infeliz separação entre a prática e a teoria que até hoje tentaram caminhar juntas.

Ai vem José Marques de Melo! (Mas tinha que ser um brasileiro?)
Querendo a separação da mãe comunicação dos seus filhos jornalismo, publicidade e propaganda e todos os outros filhinhos que provém dessa grande mãezona!!!

Não seria isso uma maldade meu “bom velhinho”? Não é de se negar a importância dele no campo da comunicação. Foi por seu incentivo que a pesquisa tomou um “corpo”, e mesmo que ainda esteja engatinhando aqui nas terras brasileiras, já possui um grande significado, com direito a prêmio hein?! Isso mesmo, porque não poderia deixar de mencionar aqui o prêmio que foi conquistado por um colega de Comunicação Social, habilitação em JORNALISMO, o aluno Phillippe Sendas , vencedor do prêmio, que por sinal, é uma homenagem ao próprio José Marques de Melo, no 8° Encontro Nacional de História da Mídia.

Ai está a prova definitiva que o estudioso da comunicação se equivocou: o vencedor do prêmio é um aluno de jornalismo, um bolsista de iniciação científica, porém, que não deixa de lado seus trabalhos em telejornalismo ou jornal impresso, por exemplo. Mesmo fazendo um trabalho científico, continua seus trabalhos técnicos.

Podemos perceber que desvincular a prática da teoria não é um bom negócio nem para pesquisadores, nem para jornalistas ou publicitários. É válido lembrar que nem todas as universidades brasileiras tem estrutura para manter um curso só de jornalismo ou um só de publicidade e propaganda. E caso isso aconteça, e provavelmente essa separação acontecerá mesmo, o mercado profissional é que perderá a sua qualidade, visto que se de um lado este formará grandes pesquisadores do campo da comunicação, do outro formará apenas “apertadores de botões”, técnicos que irão apenas obedecer às ordens de seus patrões.

quarta-feira, 2 de março de 2011

Duas estrelas deixaram de brilhar entre nós para brilhar no céu!

A perda que os paraenses sofreram com as mortes de Alonso Rocha e Benedito Nunes, será amenizada com a lembrança dos que tiveram a oportunidade de conhecê-los através dos seus respectivos trabalhos.

De Alonso Rocha, eu guardo a lembrança da última Semana Cultural da Academia Paraense de Letras, da qual, o mesmo era o presidente.



O jeito simpático, divertido e muito irônico cativava a todos que puderam conviver com ele, mesmo por algumas horas. Lembro que ele me contou sobre um poema que fez para uma médica que lhe fez uma delicada cirurgia, ele falou com toda a modéstia que saiu do hospital sem pagar a conta devido ao poema e declamou-o para os que estavam presentes naquele momento, com todo o sentimento que um verdadeiro poeta tem! Ao falar sobre a brevidade da vida, declamou o seguinte poema:
Breve Tempo
© Soneto Alonso Rocha

Se me queres amar ama-me nesta hora
enquanto fruto dando-te a semente.
Se te apraz me louvar louva-me agora
quando do teu louvor vivo carente.

Aprende a te doar antes que a aurora
mude nas cores cinza do poente.
Se precisas chorar debruça e chora
hoje que o meu regaço é doce e quente.

A vida é breve dança sobre arame.
Sorve teu cálice antes que derrame
ninho vazio que o vento derrubou.

Porque quando eu cair num dia incerto
parado o coração o olhar deserto
nem mesmo eu saberei que já não sou

Ao final da nossa conversa, falando sobre a morte, o Príncipe dos Poetas disse: “Irônica é a morte, que nos enfeita de flores”. Benedito Nunes, foi um verdadeiro intérprete da Amazônia, um homem que nasceu e viveu para a busca incansável de conhecimento, ele foi filósofo, professor, crítico literário, e além de tudo isso, foi um bom homem, um cidadão que jamais sairá da memória dos que, assim como ele, são grandes estudiosos.

Na semana cultural que citei, ele foi mencionado várias vezes na palestra sobre Clarice Lispector, a qual, ao conhecer o filósofo encantou-se com seu grau de intelectualidade. Eles foram apresentados por Francisco Paulo Mendes no “Grupo do Café Central”, onde discutia-se política, filosofia e questões sociais.

Anos mais tarde Benedito Nunes publicou “O Drama da Linguagem”, ensaio que analisou o aspecto literário e filosófico de Clarice Lispector. O filósofo ouviu da escritora a seguinte frase: “Você não é um crítico, mas algo diferente, que não sei o que é.”


Melhor do que ouvir falar sobre Benedito Nunes, é ouvi-lo. Tive a honra de ter tal experiência em uma palestra ministrada pelo filósofo no 8° colóquio de fotografia e imagem, organizado pela Associação Fotoativa, que teve como tema “Filosofias da imagem: poéticas da caixa preta”. O filósofo falou sobre “Imagem e fenomenologia”, e sua palestra era uma das mais esperadas. Lembro-me que a cada autor que ele citava, ele pedia para o público aguardar por um momento e retirava da sua bolsa livros que ilustravam a sua fala. Quantas pessoas naquele momento desejaram tanto ter aquela bolsa!

Tantas pessoas que admiraram e não perderão tal admiração nem por Benedito Nunes, nem por Alonso Rocha, tantos tiveram a oportunidade de aprender com eles. Aprender não apenas sobre os seus trabalhos, mas com toda a lição de vida que cada um, ao seu modo, deixou eternamente em nossa memória!

segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Parabéns mãe!

“Todos nós temos uma alma; existem pessoas que sabem disso mais do que outras. Alguns têm uma alma tão poderosa que ela transcende ao próprio corpo e chega a tocar outras pessoas.”

Li essa frase em um livro sobre a história do jazz, um estilo musical que tem a sua história formada por histórias de grandes gênios que enfrentaram muitas barreiras para serem reconhecidos.

A senhora não faz parte do mundo do jazz, mas certamente, tem o mérito de se identificar com tal frase, pois, as pessoas que lhe conhecem sabem do grande poder que a sua alma possui.

O poder, que em suas palavras significa “dom” ou “missão”. A senhora veio ao mundo com uma missão muito bonita e especial; aposto que papai do céu seleciona com critérios rígidos as pessoas que nascem com esse dom!

O dom de ajudar, de se doar sem pedir em troca; o dom de ser mais que mãe; o dom de ser pai e mãe; o dom de ser pai, mãe e amiga, porque é isso que a senhora representa não só para mim, como para todos que sempre lhe procuram pedindo “aquela ajudinha”, é uma conversa daqui, um desabafo de lá e entre lágrimas e conselhos, as pessoas sempre encontram um refúgio na senhora! O dom de ser mulher, não apenas por ser do sexo feminino, mas por ser guerreira, ter pulso e enfrentar os obstáculos que a vida lhe impôs.

Eu poderia descrever aqui tudo o que a senhora representa para cada um dos que lhe rodeiam, mas, cabe a nós demonstrar tudo o que sentimos por esse ser iluminado, a qual, tivemos a honra de conhecer e conviver.
Mãe, eu agradeço a DEUS pelo “DOM” de sua vida em minha vida, que Ele lhe abençoe, lhe guarde com toda a sabedoria, paz e saúde.

Eu lhe amo!
Feliz aniversário!

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Cada um tem a sua história...

A história de como foi o primeiro dia de aula, o primeiro namoro, o período da adolescência e muitas outras. Cada experiência que vai marcando nossas vidas não é mesmo?

Bem, pelo que vivi até hoje, umas das que mais marcaram para mim foi a minha história para chegar à Universidade, no curso que sempre quis. Para começar foram longos 4 anos!!! Foi uma verdadeira novela mexicana, a cada ano, um ano inteiro era perdido em questão de segundos, os segundos que demoravam para o radialista falar Camila e não Camille, ou passar de Bianca para Danielle e assim por diante, mas o que interessa é que consegui!

E hoje estou aqui para parabenizar a todos que assim como eu, tiveram uma história, curta ou longa, não interessa! Mas com certeza com muita luta e garra chegaram à universidade! Acredito que “Vencer na vida” não é uma questão apenas de alcançar determinado objetivo, e sim, enfrentar e não se deixar desanimar pelos obstáculos, que todos enfrentamos. Nós, estudantes brasileiros, principalmente: é a má qualidade do ensino público, que não prepara para os vestibulares de universidades públicas, soma-se a esse fator o baixo número de vagas nas mesmas; é a falta de investimentos no ensino superior; o salário dos professores, que sempre provoca greves, enfim, todos os problemas que fazem muitos abandonarem os estudos.

Entrar para o ensino superior é, sem dúvidas, uma grande conquista em um país como o Brasil, mesmo com todas as falhas nas grandes universidades, são nelas que vamos aprimorar ou até mesmo criar conhecimento.
Alguém que dedica semanas, meses ou até mesmo anos para se dedicar à conquista de uma vaga em universidade pública, merece muito mais que uma festa de calouros ou os famosos trotes universitários....merece todo o investimento necessário para ir além da graduação e assim ajudar esse “brasilzão” a ganhar uma nova cara!

domingo, 30 de janeiro de 2011

Onde o Estado não se faz presente...

Assistindo a mais um telejornal, cheio das mesmas notícias, uma série de reportagens me chamou atenção.
As matérias falam sobre o mundo do crime nas grandes favelas. Assunto muito comum para os brasileiros, abordado desde os mais populares jornais até ao cinema.

O sentimento de revolta que paira sobre telespectadores como eu a cada declaração, feita pelos bandidos ou pelos moradores, nos faz refletir e criarmos nossa opinião a respeito da situação desesperadora que atinge o país: a ausência do Estado em lugares periféricos faz com que os traficantes assumam o lugar do próprio Estado junto aos moradores.

Apesar de toda a violência gerada pelo crime, evidenciada em trocas de tiros entre bandidos e policiais ou entre facções rivais, há o “lado bom” da triste realidade. Segundo os traficantes, eles ajudam a comunidade em suas mais variadas necessidades, desde ajuda com remédios até despesas com crianças nas escolas.

Até agora posso não ter escrito nenhuma novidade, somos cientes desse ciclo vicioso que ocorre entre Estado-favelas-traficantes. Onde um não está, o outro comanda!
E as vítimas do descaso do governo, vêem nos comandantes do crime a ajuda que precisam. Os traficantes cobram alguma coisa?

É claro que não...imagina!
Nada na hora. É um pagamento que pode ser feito a longo prazo: “aê mano, lembra daquela ajuda que eu dei pá tua família? Poisé mano, não te pedi nada em troca, mas agora preciso de um “servicinho” teu!”
E assim, a criminalidade que assombra o Brasil se intensifica e tem um longo caminho, onde os mais otimistas afirmam não ter fim!

Ps: as favelas mostradas na série de reportagens a qual assisti são em São Paulo e no Rio de Janeiro. Escrevi que os traficantes ajudam a comunidade, porque eles mesmos falaram sobre o assunto na entrevista e foi confirmado com depoimentos de moradores, inclusive da professora de uma escola de crianças.
Por pura ignorância concluo que pelo menos isso os bandidos aqui de Belém deveriam fazer, pow! Tem neguinho aqui assaltando até os vizinhos!!!

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

395 anos de Belém! Há o que comemorar?



Sim, é claro!
Afinal, é essa cidade que nos abriga com todas as suas sombras, nem tantas, se levarmos em consideração a quantidade de árvores derrubadas; com todas as suas mangas caindo diariamente, mesmo que isso traga grandes prejuízos aos donos de veículos; com todas as ruas alagadas em períodos chuvosos, períodos constantes, diga-se de passagem. Enfim, Belém, que completa hoje mais um ano de VIDA, apesar de todos os seus problemas, merece o orgulho dos belenenses.

E se tudo está tão desordenado na bela cidade morena, não culpemos apenas os nossos governantes, que, como sabemos, não cuidam tão bem dela. Vamos assumir a nossa grande parcela de culpa por aqui também. Vamos admitir que a maioria de nós joga lixo em qualquer lugar, que não damos tanta importância para o desenvolvimento sustentável e nada relacionado ao assunto.

Queremos todos ter o conforto individual: um carro, uma casa ou um apartamento luxuoso, central de ar e que se dane se isso vai prejudicar o trânsito ou causar a construção de mais prédios e condomínios fechados e o quanto isso vai prejudicar a nossa cidade. Somos mal educados e não valorizamos Belém o quanto ela merece.

Os próprios moradores muitas vezes ignoram as qualidades existentes na Cidade das Mangueiras. Muitos não conhecem, nem tem interesse em conhecer os principais lugares da capital paraense, sua história, sua importância não só regional, mas nacional também. Com toda a pressa que nos move no trabalho ou nos estudos, muitos não param para admirar a sua própria terra natal.

Seja nas minhas caminhadas na Praça Batista Campos ou nos passeios pela Cidade Velha, pela Praça da República ou por qualquer outro ponto turístico de Belém, consigo enxergar uma beleza única, tanto na arquitetura dos prédios e monumentos, como no próprio rosto do belenense. O aconchego oferecido pela cidade tanto aos moradores, quanto aos visitantes, o lazer direcionado a todas as “tribos”, a quantidade de lugares interessantes a serem visitados tornam Belém uma cidade agradável, onde o turismo pode muito bem crescer como em muitas cidades de outras regiões.

Então vamos começar a valorizar desde já esta bela cidade. Hoje estamos rodeados de comemorações em função do aniversário de Belém, no Teatro da Paz ou no Ver-o-peso,vamos prestigiar nossos artistas locais em mais uma homenagem, merecidamente, à nossa querida Belém!