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quinta-feira, 19 de maio de 2011

Comunicação e jornalismo: casamento eterno ou divórcio imediato???

Essa discussão divide muitas opiniões, mas não há quem esteja em cima do muro. Ou é a favor ou é contra a separação dos cursos que hoje ainda estão incluídos no universo da comunicação.


Sou suspeita para falar especificamente do jornalismo, mas, sinceramente não vejo um bom jornalismo desvinculado da função de COMUNICAR, exercendo a “simples” função de passar informação ou apenas narrar o que está acontecendo em qualquer lugar, se bem que até mesmo esse simples ato já é uma forma de comunicação. Enfim, Jornalismo não existe sem uma boa comunicação. Ao mesmo tempo, comunicação não é “apenas” criar teorias ou estudar os grandes pensadores que compõe esse campo.


O poder simbólico de Bourdier, D. Wolton “pensando a comunicação”, Hohlfeldt com as teorias da mesma, e outros tantos teóricos tem importância fundamental nos avanços da pesquisa em comunicação, mas nem mesmo os frankfurtianos, criaram teorias que apontassem para infeliz separação entre a prática e a teoria que até hoje tentaram caminhar juntas.

Ai vem José Marques de Melo! (Mas tinha que ser um brasileiro?)
Querendo a separação da mãe comunicação dos seus filhos jornalismo, publicidade e propaganda e todos os outros filhinhos que provém dessa grande mãezona!!!

Não seria isso uma maldade meu “bom velhinho”? Não é de se negar a importância dele no campo da comunicação. Foi por seu incentivo que a pesquisa tomou um “corpo”, e mesmo que ainda esteja engatinhando aqui nas terras brasileiras, já possui um grande significado, com direito a prêmio hein?! Isso mesmo, porque não poderia deixar de mencionar aqui o prêmio que foi conquistado por um colega de Comunicação Social, habilitação em JORNALISMO, o aluno Phillippe Sendas , vencedor do prêmio, que por sinal, é uma homenagem ao próprio José Marques de Melo, no 8° Encontro Nacional de História da Mídia.

Ai está a prova definitiva que o estudioso da comunicação se equivocou: o vencedor do prêmio é um aluno de jornalismo, um bolsista de iniciação científica, porém, que não deixa de lado seus trabalhos em telejornalismo ou jornal impresso, por exemplo. Mesmo fazendo um trabalho científico, continua seus trabalhos técnicos.

Podemos perceber que desvincular a prática da teoria não é um bom negócio nem para pesquisadores, nem para jornalistas ou publicitários. É válido lembrar que nem todas as universidades brasileiras tem estrutura para manter um curso só de jornalismo ou um só de publicidade e propaganda. E caso isso aconteça, e provavelmente essa separação acontecerá mesmo, o mercado profissional é que perderá a sua qualidade, visto que se de um lado este formará grandes pesquisadores do campo da comunicação, do outro formará apenas “apertadores de botões”, técnicos que irão apenas obedecer às ordens de seus patrões.